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Seu negócio é uma caixa de vidro que todos podem ver
12/05/2017 Adriano Meirinho 0
Em uma era de transparência radical, a cultura organizacional das empresas se torna sua própria marca. O que significa ser uma marca hoje vai muito além dos produtos que ela oferece. Se trata de como os funcionários interagem dentro da empresa, como a hierarquia funciona, quais são os valores perpetuados pelos que estão no comando.
O fundador do Uber se demitiu depois que uma cultura de sexismo e bullying da empresa foi exposta. O CEO do HSBC em Taiwan entrou com um de seus empregados gays no casamento depois que seu pai se recusou a fazer o papel. Um vídeo da United Airlines de um funcionário carregando a força um passageiro para fora do avião se tornou viral.
Todos esses fatos são exemplos de uma mudança na natureza das marcas, uma grande oportunidade e um grande risco de trabalhar em caixas de vidro.
O conceito da caixa de vidro
O jeito mais fácil de explicar essa mudança na forma de consumo é a caixa de vidro. Até alguns anos atrás, as empresas eram grandes caixas pretas. Quem estava de fora dificilmente conseguiria saber o que acontecia lá dentro, só via os resultados em produtos entregues ao cliente.
Hoje, e cada vez mais os negócios são caixas de vidro, superfícies transparentes onde o público pode ver seus valores, processos e relações. Essa mudança aconteceu graças ao mundo conectado, em que tudo se expõe e se expande rapidamente.
O que são as marcas?
Por que essa é uma mudança tão importante para as marcas? Nós nos relacionamos melhor e fidelizamos com empresas que representam nossas emoções, que expressam nossos sentimentos, que se associem aos nossos valores. É como as marcas nos veem e como parecemos ao lado delas
Quando não sabíamos de nada que estava acontecendo internamente, esses sentimentos eram apenas o que foi pintado por fora. Hoje, é tudo que é visível. Toda pessoa, todo processo, todo valor e todo acontecimento.
A cultura organizacional das empresas
O que as pessoas veem quando sua empresa está aberta para o mundo? A cultura organizacional. Hoje, a cultura interna de sua empresa pode ser a ferramenta mais forte de marketing e branding que você possui.
Um exemplo disso é o Starbucks, que utiliza de ações sociais para reforçar sua marca (já grande em termos de emoção). A empresa já abriu uma loja em Kuala Lumpur dedicada a contratar funcionários surdos e já levantou um depósito para ajudar funcionários a conseguir uma casa, por exemplo.
A necessidade de conexão e de consumir coisas que representem um propósito motiva vendas que acompanhem um sentido. Esse é o motivo também para muitas pessoas pesquisarem a fundo sobre quem está entregando aquilo que compram. Essa forma de consumo tem muitas faces positivas, mas também alguns riscos.
Marcas que militam
O perigo de tudo isso? Fazer de sua marca uma militante política. Como já tratei nesse texto aqui, é importante pensar duas vezes antes de posicionar sua marca politicamente. Construir um ambiente igualitário é sim uma forma de se destacar politicamente, mas é preciso ter muito cuidado com a forma que isso será feito.
Não é possível agradar todo mundo, então quem sua marca escolhe agradar? E não adianta deixar transparecer apenas o posicionamento de uma pessoa da empresa, porque isso alguma hora será visto. Sua marca tem que criar um vínculo com o público-alvo, mas quando ela oferece um produto ou serviço para a massa, assumir uma posição é arcar com as consequências.
Como já havia dito, a melhor forma de se posicionar de forma a impactar verdadeiramente a sociedade é mostrar que não existem dois lados. Quando não existe o bem e o mal, é possível ter respeito com o outro, compaixão e empatia para se colocar de forma benéfica na sociedade.
0 0 voteArticle RatingSeus funcionários são seus primeiros promotores de marca O que os clientes esperam de sua agência de marketing
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